A valorização da história, das tradições e dos símbolos que formam a identidade de um povo estará no centro do debate em Patrocínio nos dias 5 e 6 de maio. A Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, promove o Seminário Histórico de Patrimônio Cultural, uma iniciativa pioneira que convida a população a refletir, conhecer e participar ativamente da preservação do legado material e imaterial da cidade.
O evento, que acontecerá no auditório da UNICERP, sempre a partir das 19h15, reunirá especialistas renomados nas áreas de história, antropologia, arquitetura e políticas públicas, além de representantes de instituições culturais regionais, para dois dias intensos de debates, trocas de experiências e construção coletiva de conhecimento.
Com entrada gratuita e aberta a todos os públicos, o seminário propõe muito mais do que um simples ciclo de palestras. Ele surge como uma oportunidade concreta de diálogo entre o poder público e a sociedade civil sobre os rumos da proteção dos bens culturais — que vão desde igrejas, casarões, documentos históricos e festas populares, até saberes tradicionais, lendas, culinária e ofícios que atravessam gerações.
“A intenção é provocar um sentimento de pertencimento. Não há identidade sem memória, e não há memória sem preservação”, afirma a secretária de Cultura e Turismo, Cássia de Castro. Segundo ela, a cidade vive um momento de retomada cultural, e essa ação busca não apenas conservar o passado, mas integrá-lo ao presente como fonte de desenvolvimento humano, social e econômico.
A programação contará com painéis temáticos que abordarão desde experiências exitosas em outros municípios até os desafios locais enfrentados para manter viva a herança cultural diante da urbanização acelerada, das mudanças sociais e da escassez de recursos. Um dos destaques será a palestra do historiador e pesquisador Leonardo Tavares, que trará um panorama sobre o patrimônio invisível — aqueles elementos simbólicos que, apesar de não serem tangíveis, sustentam vínculos profundos com o território e a memória coletiva.
Além disso, o seminário apresentará estudos de caso envolvendo bens tombados e ações de educação patrimonial realizadas com alunos da rede municipal de ensino, reforçando o papel da escola como guardiã e multiplicadora da história local.
A coordenadora do evento, Ana Lúcia Pereira, ressalta a importância da presença dos jovens: “Queremos que os estudantes compreendam que o patrimônio não é algo distante ou ultrapassado. Ele está nas ruas por onde passam, nas músicas que ouvem, nos sabores que experimentam. Preservar é um ato de resistência e também de amor”.
O seminário também marca um novo momento da política cultural do município, com previsão de lançamento de um plano de ação voltado à salvaguarda de bens culturais, alinhado às diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e às políticas do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG).
Em tempos de avanço da globalização e da padronização cultural, iniciativas como essa reafirmam o valor do local, do singular e da diversidade. Preservar o patrimônio cultural é, acima de tudo, garantir que as vozes do passado continuem a ecoar no presente — ensinando, inspirando e conectando gerações.
O convite está feito: participe, escute, compartilhe. Porque o patrimônio não é apenas o que herdamos — é o que escolhemos preservar.