Devido ao rápido crescimento nos casos de infecção pelo coronavírus, a demanda de oxigênio teve uma grande alta. Nos últimos 10 dias o número de pessoas que necessitam de cuidado é duas vezes maior do que em abril e maio de 2020, meses que tiveram grandes picos de contágio do vírus.
A crise dos cilindros de oxigênio se deu após a sobrecarga na empresa White Martins, que fornecia o oxigênio para os hospitais.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu na noite desta quinta-feira (14) que a situação do sistema de saúde da cidade de Manaus (AM) pode ser considerado em colapso com uma fila crescente de pacientes aguardando leitos e um aumento na letalidade.
“O que caracteriza esse colapso é exatamente você não poder atender a fila e ter uma letalidade muito alta”, disse Pazuello, que participou de transmissão nas redes sociais ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
O pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, afirma que tem recebido vídeos, áudios e relatos telefônicos de pessoas que atuam na linha de frente de unidades de saúde com informações dramáticas.
“Acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de asfixia”, diz.
“Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque”, afirma ele.
“Há informações de que uma ala inteira de pacientes morreu sem ar”, completa.
A informação de que a situação é crítica foi confirmada pelo reitor Sylvio Puga, da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), que administra o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV). Segundo ele, doentes estão sendo transferidos para o Piauí.