quarta-feira, 23 outubro
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Pedido de resposta do Professor Gilberto Melo direcionado ao professor Eric Fernando

Como defensores da democracia, liberdade de opinião, pensamento e adeptos aos debates, publicamos abaixo o texto enviado pelo professor Gilberto José de Melo a pedido do mesmo, onde solicitou a publicação em nosso site em resposta ao Professor Eric Fernando.

Segue o texto:

Caro professor Eric, quando o SindUTE, Subsede Patrocínio, divulgou o texto demonstrando sua discordância com o abaixo-assinado criado pelo senhor na expectativa de angariar adeptos para essa proposta insana e atrelada à política genocida do presidente Bolsoanro, o sindicato tinha como objetivo apresentar argumentos contrários aos seus.

Professor Eric, você assim escreveu: “O que me causa estranheza é o professor Gilberto não ter esse mesmo empenho e preocupação quanto a bares abertos, transportes coletivos, período eleitoral, dentre outros, grande(sic) vilões. Não vi nenhum tipo de menção a isso por parte do líder do PSTU e SindiUTE (Me corrija se estiver errado).”

Como você pediu para te corrigir, caso estivesse errado, lhe corrijo sim. Eu sempre defendi o isolamento social, ao contrário de você. Eu sempre defendi e continuo defendendo o isolamento social como uma das alternativas para conter o avanço dos contágios e consequentemente de mortes por covid-19. Defendo que o fechamento de tudo que não é essencial para nossa sobrevivência seja feito para que, com isso, as pessoas fiquem em casa, pois assim os contágios e mortes diminuirão. Lembrando que não basta fechar o comércio, é necessário fechar as fábricas também. Não é o caso de Patrocínio, pois aqui não temos fábricas, mas em cidades como Belo Horizonte e sua região metropolitana, bem como nas várias cidades do Estado de São Paulo e de tantos outros Estados brasileiros. Quando falo em fechar tudo que não é necessário para nossa sobrevivência, lembro que o trabalho remunerado é essencial para a sobrevivência humana. Sendo assim, um estabelecimento comercial fechado significa a não entrada de renda e ou lucro e as consequências são as falências dos menores e o desemprego do trabalhador. Sendo assim, esses estabelecimentos são essenciais para a sobrevivência do proprietário e de seu funcionário. Com isso fica fácil concluirmos que tudo é essencial para a sobrevivência humana. O que não é essencial pra um é para outro. Com isso fica fácil percebermos, também, que, para que esse fechamento total aconteça é necessário que os governos disponibilizem um auxílio emergencial com um valor digno para a sobrevivências dos trabalhadores de pelo menos um salário mínimo e para os pequenos estabelecimentos que sejam zerados os impostos enquanto estiverem fechados além de um auxílio financeiro. Necessita-se também da participação e contribuição das grandes empresas, como as multinacionais, por exemplo, e das entidades empresariais nessa luta pela sobrevivência. Para o governo federal conseguir esses recursos, basta parar com o pagamento da dívida pública e criar tributação sobre as grandes fortunas. Se não for assim, nunca teremos um fechamento total no Brasil.

Outra coisa que você escreveu, professor Eric, que deixou claro nossos posicionamentos opostos foi isso: “Respeito a sua pessoa, seu posicionamento, mas o meu, é totalmente contrário aos seus. Primeiro ponto: Marxismo revolucionário. Segundo ponto: anticapitalista amplo. Esbarramos logo de cara aqui.” Professor Eric, também te respeito, como respeito também seu posicionamento. Como você mesmo escreveu, nossos posicionamentos são totalmente contrários. Contudo, não vejo problemas nisso. Termos posicionamentos contrários não significam que não possamos dialogar. Contudo, você cometeu um erro enorme ao se dirigir a mim enquanto pessoa sendo que o texto publicado foi em nome do SindUTE, Subsede Patrocínio. Você pegou uma descrição do meu partido político para tentar justificar seu devaneio de defender a volta às aulas presenciais. Não vejo que a discussão seja por aí, contudo, posso te dizer que o PSTU tem uma política para o Brasil ao contrário do atual governo federal que tem manipulado até mesmo aqueles que deveriam, por formação acadêmica e humana, prezar pela vida. Como você destacou eu sou marxista revolucionário eu defendo a igualdade social e econômica entre as pessoas. Eu defendo a liberdade e a manutenção da vida em primeiro lugar. Contudo, não posso dizer o mesmo de você, pois está chamando as crianças e jovens para se contaminarem e além disso chamando os educadores e toda comunidade escolar para a morte.

Você, professor Eric, também afirmou que, pra mim, “a educação não é uma bandeira tão importante assim.” O que te levou a pensar assim? Meu posicionamento em defender a vida? Ou minha militância sindical que já conseguiu, através de minhas inúmeras lutas, juntamente com outros lutadores, conquistas para você enquanto professor, bem como impediu que você perdesse conquistas arduamente conquistadas por aqueles que, ao contrário de você, lutaram e lutam pela educação e pelos educadores?

Você pede para que eu “deixe a hipocrisia de lado e que lute também pela educação, sem militância e que possa apresentar argumentos mais sólidos.” Professor Eric, não sou hipócrita, sou sincero em minhas opiniões e ações. Contudo, você tem o direito de não concordar com elas, como já deixou claro. Não considero ser hipócrita quem fala a verdade sobre as consequências das aglomerações nesse momento de pandemia. Nesse ponto parece que é você que está sendo hipócrita, pois omite as possibilidades de contágios e mortes que a volta das aulas presenciais nesse momento poderá ocasionar. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, mesmo sendo bolsonarista e, claro, negacionista, colocou todo o Estado na onda roxa, que é acima da vermelha e baixou um decreto para tentar conter o avanço dos contágios e mortes pela covid-19 e você vem com essa proposta de volta das aulas presenciais. Isso entra em choque com todas as ações contra as aglomerações em todo o Estado e no país. Sobre largar a militância, significa que tenho que deixar de ser educador, pois eu milito, entre outras casas, na educação. Você milita em que, professor Eric?

“O abaixo assinado não foi para defender minhas ideias como mencionou, mas, somente para unir forças com quem defende a causa.” Aqui fiquei sem entender muito bem. Esse abaixo-assinado não reflete suas ideias? Contraditório, isso. Afinal você defende ou não o retorno das aulas presenciais?

Você escreveu que fui “infeliz ao escrever que você defende a morte.” Não vejo isso como infelicidade de minha parte, mas da sua, pois é você quem defende a volta das aulas presenciais no pior momento da pandemia. Pra mim quem defende a realização de aglomerações, seja em que lugar for, não acredita na letalidade do coronavirus. Sendo assim, não se preocupa com vida e não se preocupando com a vida é favorável à morte.

Eric, você apresentou um argumento fora de contexto, veja o que escreveu: “Quem não defende a vida são as pessoas que defendem o aborto, não quem defende o retorno presencial das aulas de modo seguro.” O que tem a ver o aborto nessa questão? O debate em torno do tema aborto precisa ser realizado, sim, mas não vejo ele nesse contexto de educação escolar. Se você desejar poderemos discutir sobre esse tema em outra oportunidade. Mas, para adiantar a possibilidade desse debate sobre aborto primeiro você precisa entender as diferença entre defesa do aborto e defesa da mulher decidir sobre seu corpo. Mas, como disse, essa é outra discussão e não cabe aqui. Novamente lhe digo que voltar às aulas presenciais nesse momento é defender a morte e você já sabe os motivos.

Professor Eric, voltando ao início de seu texto, temos posicionamentos diferentes, isso é fato. E, é por isso, que estamos em lados opostos da trincheira na luta pela vida.

Ressalto, por último, que o primeiro texto, foi do SindUTE, Subsede Patrocínio e não meu. Portanto, sua resposta, professor Eric, que foi dirigida a mim, deveria ter sido enviada ao SindUTE, Subsede Patrocínio. Acredito que você se dirigiu a mim para demonstrar sua insatisfação com o posicionamento do sindicato por não entender como funciona a referida entidade.

Texto de Gilberto José de Melo.

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