Depois de passar cerca de 30 dias na onda roxa do Minas Consciente, a macrorregião de Saúde Triângulo do Norte, primeira a ser inserida na fase mais restritiva do plano, apresentou melhora em todos os indicadores relacionados à covid-19 e pode avançar para a onda vermelha. A decisão, tomada nesta quarta-feira (31/3), pelo Comitê Extraordinário Covid-19 – grupo que se reúne semanalmente para avaliar a evolução da pandemia no estado – e passa a valer a partir de do dia 5/4.
As outras localidades ainda não apresentaram uma queda sustentada na taxa de óbitos e de ocupação em leitos de UTI e, por isso, deverão seguir as medidas mais restritivas pelo menos até 11 de abril. As medidas são reavaliadas a cada sete dias pelo Comitê.
Durante a reunião, o governador Romeu Zema destacou que o momento ainda é difícil e pede cautela para preservar vidas.
“Tivemos mais uma semana de recorde, tanto no Brasil quanto em Minas. Infelizmente, os números de óbitos e a taxa de ocupação de leitos está subindo na maior parte das regiões. Seguimos com os esforços para ampliar leitos, apesar da falta de recursos, principalmente humanos, e, mais recentemente, de insumos. Contamos com o apoio da população para superarmos essa fase o quanto antes”, afirmou.
Números
Na última semana, Minas Gerais apresentou aumento de 6,9% no número de casos e de 8,1% nos óbitos. A incidência da doença cresceu 20% nos últimos 7 dias e 41% em 14 dias.
A positividade atualmente é de 43%, o que significa que esse é o percentual de resultados positivos para covid-19 entre pacientes com sintomas gripais.
A incidência da doença também vem aumentando em cidades com menos de 30 mil habitantes. Atualmente, são apenas 93 municípios desse porte com menos de 50 casos a cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Na última semana, o número era de 141.
Impacto da onda roxa
Com a ampliação do distanciamento social e as medidas restritivas de circulação proposto pela onda roxa, a expectativa é aumentar o isolamento da população e, consequentemente, diminuir a notificação de casos suspeitos.
“Essa diminuição de casos positivos permite queda na incidência e, consequentemente, melhora a taxa de ocupação na rede hospitalar e, por final, dos óbitos. É o que se espera da onda roxa”, afirmou o secretário adjunto de Saúde, André Luiz Moreira dos Anjos, durante a reunião do Comitê.
A evolução do Triângulo do Norte para a onda vermelha do Minas Consciente ocorreu após a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) identificar queda de 18% na taxa de incidência nos últimos 14 dias na macrorregião. Já na última semana, essa queda foi de 3%, demonstrando uma melhora nos indicadores da região após a adesão da população à onda roxa, desde 3 de março.
Com relação à variação no número de internações na macrorregião Triângulo do Norte, os índices caíram de 14,04% para 6,42% nas últimas três semanas, registrando o menor indicador entre as regiões mineiras.
Confira a deliberação 130 do Comitê Extraordinário Covid-19 sobre criação da onda roxa no estado neste link.
Microrregião
A microrregião de Patos de Minas, que pertence à macrorregião Noroeste, uma das primeiras a ser incluída na onda roxa, também respondeu positivamente, podendo evoluir, agora, para a onda vermelha. Houve queda de 35% na taxa de incidência e a taxa de ocupação da UTI adulto exclusivo para paciente covid está em 87%. A macrorregião Noroeste, no entanto, não obteve o mesmo êxito e se mantém na fase mais restritiva do plano Minas Consciente.
Isolamento
Na última semana, a adesão ao isolamento social em Minas subiu de 39% para 46,67%. O reflexo disso foi a redução na notificação de casos suspeitos, o que confirma a expectativa do Governo de Minas de que, em breve, haja queda no número de internações e também nos óbitos. Apesar disso, o isolamento social o estado ainda está abaixo da média do país, de 49,15%.
Medicamentos e cirurgias eletivas
Ainda durante a reunião desta quarta-feira (31/3), o Comitê Extraordinário Covid-19 aprovou a alteração nas deliberações que tratam do fornecimento de medicamento e marcação de cirurgias eletivas na rede privada.
Em relação aos medicamentos necessários para intubação, os hospitais particulares deverão informar à Secretaria de Estado de Saúde sobre os estoques de tais insumos. Até agora, a obrigatoriedade era somente para as instituições hospitalares públicas, filantrópicas e contratualizadas com o SUS.
Já as cirurgias eletivas deverão ser suspensas na rede privada, dada a escassez geral de medicamentos de intubação em nível nacional e a ocupação elevada de leitos. A medida já havia sido adotada pela rede pública.
Vacinação
Entendendo que a vacinação é a forma mais efetiva de conter o avanço da pandemia e minimizar os danos econômicos provocados pelo isolamento social, a Secretaria de Estado de Saúde, em parceria com o Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública, fará um estudo dos municípios que ainda estão com estoque acumulado de vacinas. O objetivo é auxiliar na logística e acelerar o processo de imunização nas cidades, uma vez que a aplicação das doses é de responsabilidade das prefeituras.
Com a permissão do Ministério da Saúde para que os estoques sejam integralmente utilizados na aplicação da primeira dose do imunizante, a expectativa do Governo de Minas é intensificar o processo ainda neste mês e ampliar o número de doses aplicadas.
Onda vermelha
Nesta fase do Minas Consciente, a onda vermelha permite o funcionamento de todas as atividades, desde que cumpram algumas regras, como distanciamento e limitação máxima de pessoas.
Agência Minas