Outra Vez: Pacientes Oncológicos Denunciam Descaso e Intimidação no Transporte para Tratamento

É inaceitável o que os pacientes oncológicos de Patrocínio estão passando.

Recentemente, um dos pacientes que depende do transporte para Barretos fez um desabafo revoltante:

“Ai como está o ônibus de Barretos, quebrado e os pacientes jogados fora. Mamazão!”

Essas palavras ecoam o sentimento de abandono e desrespeito que há muito tempo paira sobre os pacientes que, em meio à luta pela vida, são submetidos a condições degradantes.

Não é apenas o estado lastimável dos ônibus que revolta.

Muitos pacientes relataram serem intimidados a permanecerem em silêncio sobre as condições do transporte e, pior, proibidos de discutir qualquer questão política.

Há ameaças veladas de que, caso reclamem, poderão ser impedidos de utilizar o serviço de transporte.

É um absurdo que aqueles que já enfrentam uma batalha tão árdua como o câncer sejam forçados a engolir calados a negligência e o desrespeito.

A situação não melhora ao chegarem em Barretos.

A casa de apoio, que deveria ser um refúgio, um local onde os pacientes encontram conforto e suporte, está em condições deploráveis.

Falta o básico, e o que antes era um espaço dedicado a amparar os doentes agora foi entregue a uma empresa de vigilância.

É difícil entender como uma casa de apoio pode ser gerida por uma entidade cujo foco não é a saúde ou o bem-estar dos pacientes.

O tratamento desumano dos pacientes oncológicos é um escândalo.

Já não bastassem os escândalos de desvios milionários de verbas do câncer, que marcaram a história recente do município, agora temos que assistir à falta de dignidade com que são tratados aqueles que mais precisam.

O mínimo que se espera é que sejam proporcionadas condições dignas de transporte e apoio durante um momento tão difícil de suas vidas.

Mas o que vemos é o oposto: um sistema que parece existir apenas para oprimir e silenciar, enquanto os pacientes são deixados à própria sorte.

Essa situação é uma vergonha para Patrocínio.

É preciso uma mudança urgente.

O silêncio não pode continuar a ser a resposta imposta a quem sofre.

Os pacientes oncológicos merecem respeito, dignidade e, acima de tudo, humanidade em seu tratamento.