Na pacata cidade de Lotes Grandes de Minas, aninhada entre montanhas e histórias, a teia do destino se entrelaçava num enredo controverso e sombrio. Em meio a melodias e sorrisos forçados, uma aura sinistra pairava sobre os rincões, orquestrada pela presença imponente do prefeito, um ser narcisista e repleto de anseios desmedidos.
Sua paixão por canetas e laranjas ecoava a estranha obsessão por símbolos de poder e riqueza, enquanto sua alma se afogava no abismo da corrupção. O prefeito, soberano em seu microcosmo, manipulava as peças do jogo, impondo-se com atos mesquinhos e desmedidos.
Seus seguidores, bajuladores e súditos, eram como sombras, atraídas pela promessa de favores e ganhos ilícitos. A cidade era seu tabuleiro, um “Monópoli” onde ele jogava com vidas e reputações, tecendo tramas obscuras, ameaças veladas e subterfúgios cruéis.
Mas o preço de sua ganância e maldade havia sido selado. O prefeito egoísta, mergulhado em sua torre de ganância e poder, já estava condenado. Sua sina traçada levava a um desfecho trágico, onde a solidão e o remorso seriam seus únicos companheiros.
Enquanto suas ambições o consumiam, sua saúde definhou, a doença minou não apenas seu ser, mas afligiu também sua família, semeando tormentos hereditários.
A desolação se tornou o lamento de sua existência, um ciclo de sofrimento e aflição que ele próprio semeou. Seu desejo insaciável por poder, sua busca desenfreada por mais, cegou-o para a compaixão e o julgamento final que se avizinhava.
O prefeito de Lotes Grandes de Minas, soberano de uma cidade de ilusões, foi condenado à solitária penumbra, onde seu reinado de terror e corrupção havia moldado um legado de desespero, longe da redenção e da paz eterna.