O recente episódio de desrespeito às leis de trânsito, protagonizado por autoridades em veículos oficiais da Secretaria de Obras, expõe uma ferida profunda na sociedade brasileira: a cultura de impunidade e desigualdade que permeia as estruturas de poder.
Enquanto a população enfrenta penalidades severas por infrações mínimas, os detentores do poder desfrutam de uma imunidade virtual, agindo como se estivessem acima da lei.
O flagrante descumprimento do uso do cinto de segurança, além de ser uma infração grave por si só, também revela uma mentalidade de desprezo pelas normas e pela segurança coletiva.
Ao fazê-lo em veículos oficiais, as autoridades não apenas desrespeitam as leis, mas também zombam da confiança depositada nelas pelo povo.
Chama a atenção pela demasia de propagandas de autopromoção, são vídeos atrás de vídeos, o que levanta a questão de propaganda extemporânea, ou seja, um possível crimes eleitoral, que certamente parece ter sido normalizado pelos donos do poder.
Essa atitude não é um incidente isolado, mas sim um reflexo de uma cultura mais ampla de impunidade e corrupção que permeia a sociedade brasileira.
Desde desvios de verbas públicas até compras de influência e favorecimento de interesses pessoais, os escândalos envolvendo autoridades são frequentes e alarmantes.
Enquanto isso, a população é deixada à mercê de serviços públicos precários e falta de investimentos essenciais em áreas como saúde, educação e segurança.
O mais perturbador é a aparente normalização desse comportamento.
Em um país onde o certo parece ser errado e o errado parece ser certo, a população é constantemente desafiada a aceitar uma realidade distorcida, onde a impunidade reina soberana e a justiça é seletiva.
Essa desilusão generalizada mina a confiança nas instituições democráticas e alimenta um ciclo vicioso de descrença e apatia.
Mas talvez o aspecto mais alarmante desse cenário seja a crescente repressão à liberdade de expressão e crítica.
Enquanto nesse país os verdadeiros criminosos permanecem impunes, aqueles que têm a coragem de denunciar ou questionar são silenciados e até mesmo perseguidos.
A liberdade de opinião, expressão e crítica, fundamentais para qualquer democracia saudável, é tratada como um crime e rotulada como subversão.
Diante desse quadro sombrio, é urgente que a população se una para exigir transparência, responsabilização e respeito às leis por parte das autoridades.
Somente através da mobilização e da pressão popular poderemos construir um país onde todos sejam tratados com igualdade perante a lei e onde a democracia seja verdadeiramente valorizada.