Em meio ao discurso político repleto de promessas vazias e otimismo infundado, escondem-se as sombras de uma crise profunda e alarmante na saúde pública de nossa cidade.
Não é preciso cavar fundo para encontrar as fissuras no sistema, basta olhar para os dados concretos apresentados pelo próprio plano de saúde municipal, disponíveis para todos no site da prefeitura.
A epidemia de dengue que assola nosso município é apenas a ponta do iceberg de um problema muito maior.
Com uma população de 90 mil habitantes, contamos apenas com 25 agentes de combate a endemias, lutando bravamente para conter a propagação do mosquito transmissor.
Mas, diante da magnitude do desafio, sua luta parece uma batalha perdida, uma gota d’água em um oceano de negligência e falta de recursos.
A escassez de profissionais médicos especializados é outro sintoma gritante dessa crise.
Com apenas um especialista de cada área para atender toda a demanda do município, é inevitável que os pacientes enfrentem longas filas de espera e diagnósticos imprecisos.
A média de seis horas para ser atendido no pronto-socorro é mais do que uma inconveniência, é uma afronta à dignidade humana, uma evidência clara de que algo está terrivelmente errado em nosso sistema de saúde.
E o que dizer da falta de fiscalização em possíveis erros médicos?
Enquanto os pacientes confiam suas vidas aos profissionais de saúde, a ausência de um sistema eficaz de monitoramento e controle de qualidade deixa-os à mercê do acaso, sujeitos a graves consequências por negligência ou imperícia.
A realidade é que a saúde não é uma prioridade para nossos governantes.
Enquanto o discurso oficial insiste em pintar um quadro de prosperidade e progresso, a verdade é que o dinheiro destinado à saúde parece evaporar-se em meio a obras de infraestrutura e projetos eleitoreiros que pouco beneficiam a população.
É hora de parar de fechar os olhos para essa crise silenciosa e exigir mudanças reais.
Não podemos mais nos contentar com soluções paliativas ou promessas vazias.
É necessário um compromisso sério e transparente com a saúde pública, um investimento prioritário que coloque as necessidades das pessoas em primeiro lugar.
Nossas eleições não podem ser decididas por cestas básicas ou quebra-molas.
É hora de olhar além das conveniências políticas e votar com consciência, escolhendo candidatos comprometidos em enfrentar de frente os desafios que afetam diretamente a vida e o bem-estar de todos nós.
Não podemos mais nos calar diante dessa injustiça.
É hora de fazer ouvir nossa voz, de nos unirmos como comunidade e exigirmos um futuro onde a saúde e a dignidade de cada cidadão sejam verdadeiramente valorizadas.
Esta é nossa luta, nossa responsabilidade, nosso grito por mudança.