sábado, 23 novembro
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Após protestos, gravidez de criança estuprada é interrompida

Garota foi transferida do Espírito Santo para Pernambuco para ter o procedimento realizado

Profissionais de saúde responsáveis pela interrupção da gestação da menina de 10 anos, que foi vítima de estupro no Espírito Santo, confirmaram a realização do procedimento. A menina foi transferida de São Mateus, no norte do Espírito Santo, para o Recife, capital de Pernambuco, após decisão do juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude do município onde ela mora. Desde domingo, a menina está internada no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE), que fica no bairro da Encruzilhada. Ao longo do dia, diversas pessoas se manifestaram, a favor e contra o procedimento médico, que é assegurado pela lei em caso de estupro.

Grupo de religiosos foi para a frente do hospital em que menina de 10 anos estava internada e orou para que ela não interrompesse a gravidez, chamando a vítima menor de idade e o médico responsável pelo procedimento de "assassinos"
Grupo de religiosos foi para a frente do hospital em que menina de 10 anos estava internada e orou para que ela não interrompesse a gravidez, chamando a vítima menor de idade e o médico responsável pelo procedimento de “assassinos”

Foto: Reprodução redes sociais / Estadão Conteúdo

De acordo com o gestor executivo e diretor do Cisam, o médico Olímpio Barbosa de Morais Filho, o procedimento de interrupção da gestação, pelo qual ele foi responsável, teve início no domingo e será finalizado nesta segunda-feira, 17.

“Ontem mesmo foi procedido o óbito fetal, então não tem mais vida, o feto. E hoje vamos proceder com o esvaziamento, que é para causar contrações para expulsão do feto. E esperamos, a partir de amanhã, em algum momento, que ela tenha condições de alta”, afirmou.

 

Grupo de mulheres se posiciona em frente ao hospital em que garota de 10 anos estava internada para impedir que religiosos invadam o local
Grupo de mulheres se posiciona em frente ao hospital em que garota de 10 anos estava internada para impedir que religiosos invadam o local

Foto: Reprodução redes sociais / Estadão Conteúdo

De acordo com a coordenadora de enfermagem do Cisam, Maria Benita Spinelli, a instituição optou pelo tipo de procedimento menos invasivo possível. “Se faz um primeiro procedimento, que é o óbito fetal, e em seguida dá continuidade ainda com o uso de alguns medicamentos, para o desencadeamento do aborto, da expulsão do feto, de uma forma menos traumática e intervencionista, para que a eliminação seja por via vaginal, sem causar maiores danos à menina”, explicou.

Benita Spinelli explicou ainda que, nesta segunda-feira, a menina deve sentir algumas dores de contrações, mas que são dores esperadas e que não demonstram risco para a paciente. “Elas estão bem [a menina e a avó], acolhidas, estão em uma enfermaria, sendo bem cuidadas por toda a nossa equipe profissional e aguardando o desfecho. A menina deve sentir algumas dores, claro, porque são contrações, e a sensação é essa mesmo, a contração é dolorida, mas está tudo dentro do previsto, correndo da melhor maneira possível. Assim que ela estiver bem, em condições de alta, sem nenhum sangramento ou processo infeccioso, ela poderá voltar para a cidade dela.

Matéria : Terra

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