É difícil aceitar que, em pleno 2025, o servidor público municipal continue refém de um sistema que beneficia empresários do transporte coletivo e ignora suas reais necessidades.
Hoje, o vale-transporte é repassado diretamente à empresa de ônibus, que lucra sem prestar contas de um serviço à altura.
Usando ou não, o dinheiro do trabalhador vai parar nas mãos da empresa, sem sobras, sem devolução, sem nenhuma vantagem para quem realmente precisa.
E essa história não para por aí.
A Justiça Federal já investiga denúncias sobre o passe livre e a gratuidade para idosos e pessoas com deficiência, apontando possíveis irregularidades.
Enquanto isso, a tarifa de R$ 5,00 – mais alta que a de São Paulo – pesa no bolso de quem precisa se deslocar e enfrenta um transporte precário, com atrasos, atendimento ruim aos bairros e qualidade insatisfatória.
Não é justo que o servidor, especialmente aquele que recebe pouco mais de um salário mínimo, fique sem alternativas.
Muitos já recorrem a caronas ou outros meios para economizar, mas o valor do vale-transporte continua indo direto para a empresa.
Imagine se esse dinheiro fosse pago diretamente no contracheque: além de ajudar no orçamento familiar, o servidor poderia decidir como melhor utilizar o recurso.
Isso não é apenas uma questão financeira, mas de respeito.
Respeito ao trabalhador que tem o direito de administrar o que é seu.
Por que continuar alimentando um sistema que só favorece os empresários?
Por que manter uma empresa que, ao que parece, não se preocupa com a população e nem com a qualidade do serviço?
É hora de mudar.
O repasse do vale-transporte ao servidor, como parte de seu contracheque, não apenas garante autonomia, mas representa um passo em direção à justiça social. Chega de privilégios para poucos.
O trabalhador merece escolhas, merece dignidade, merece um transporte que respeite sua realidade.
Janaina
Não é cobrado o vale para o servidor público não