A Praça Santa Luzia, um dos cenários mais belos e simbólicos de Patrocínio, foi brutalmente descaracterizada.
No lugar do espaço harmonioso, onde a Igreja Santa Luzia se erguia em esplendor, agora repousam estruturas grotescas, frias e sem alma.
A praça, que antes convidava moradores a momentos de contemplação, se tornou um amontoado de blocos sem identidade, uma afronta à memória e à cultura local.
Os “caixotes do Margari”, como foram batizados pela população indignada, sufocaram a história, esconderam a igreja e apagaram décadas de encontros, paixões e lembranças.
Onde antes os idosos repousavam nos bancos para reviver o passado, agora se deparam com paredes de concreto que esmagam qualquer vestígio de nostalgia.
O que era um ponto de referência para casais apaixonados, famílias e visitantes, virou um espaço frio e sem vida.
O impacto dessa destruição é profundo.
O patrimônio histórico-cultural e imaterial do município foi simplesmente ignorado. Nada sobrou da delicadeza do passado.
A avenida que emoldurava a praça, com sua tradição e charme, foi engolida pela arquitetura medíocre e sem propósito.
A história foi soterrada sem consulta popular, sem respeito, sem chance de defesa.
E o responsável por essa atrocidade?
O “Tratorzão da Boca Torta”, que segue desfilando pela cidade como se nada tivesse feito, como se não fosse o grande arquiteto da ruína.
Sua marca não é o progresso, mas sim o apagamento do que havia de belo em Patrocínio.
É hora de resgatar a cultura e a identidade que nos foram roubadas.
O povo precisa ser ouvido.
Os “casebres” de alvenaria, que mais parecem celas de prisão, precisam ser removidos.
Não podemos permitir que a Praça Santa Luzia seja enterrada sob esse concreto de descaso.
Santa Luzia chora Por Eric Fernando Alves
Santa Luzia chora, sozinha e esquecida, onde antes havia vida, agora é ferida.O vento que passa, tão triste e calado,já não encontra o riso, só o concreto marcado.
Os bancos vazios, memórias dispersas,amores e sonhos viraram promessas. O verde sumiu, sufocado em cimento,e a praça, outrora alma, perdeu seu alento.
A igreja escondida, sem brilho, sem luz,chora em silêncio, pois já não reluz. O sino que ecoava em manhãs de verão agora se perde na escuridão.
O tempo pergunta: “Onde estão as histórias? “Soterradas na pressa, despidas de glórias. E o povo que passa, de olhar tão distante, parece sentir um luto constante.
Santa Luzia chora, sem ter quem a ouça,seu nome gravado em tristeza tão louça.
Mas ainda há tempo, ainda há esperança, de ver renascer sua velha bonança.
Joaquim
Pode passar a máquina e arrancar tudo tudo