Gustavo Brasileiro, em sua notável capacidade de observação, ofereceu um elogio que poderia ser interpretado como uma comédia irônica.
Ao aplaudir a “qualidade” da água do Daepa, ele habilmente destaca a ironia de uma situação em que a compra de água mineral se torna um privilégio, enquanto a população enfrenta a incerteza de uma água da torneira cuja “transparência” rivaliza com a clareza da política municipal.
Sua sutil ironia se desvela ao abordar o dilema entre a estética de avenidas adornadas e a resolução da crise hídrica, insinuando que talvez seja mais vantajoso plantar ipês do que assegurar água potável para todos.
O iminente aumento nas tarifas, parece ser o toque irônico final, uma piada de mau gosto em um cenário onde a qualidade da água permanece uma incerteza.
O tom sarcástico atinge seu ápice ao abordar o panorama esportivo, onde salários atrasados e patrocínios evaporados são habilmente contrapostos à grandiosidade de eventos e contratações renomadas.
A presença política no comando do time local é ironicamente retratada como parte de um espetáculo maior, onde o jogo do poder se sobrepõe ao jogo esportivo.
A partir desse panorama, emerge uma crítica contundente à falta de responsabilidade e prioridades distorcidas, sugerindo que, em Daepa, a água, que deveria ser um direito básico, torna-se uma commodity acessível apenas àqueles com meios financeiros.
Essa é uma reflexão incisiva sobre a necessidade urgente de uma governança mais justa e comprometida com o bem-estar da população.