Na manhã de 28 de maio, Ronaldo Corrêa de Lima, superintendente do Daepa e presidente do Clube Atlético Patrocinense (CAP), anunciou sua renúncia ao cargo, deixando claro o estado de abandono e desespero em que se encontra o clube.
A decisão de Ronaldo Corrêa, marcada por um tom de frustração e desânimo, é um reflexo direto da crise que assola o CAP e coloca em evidência a fragilidade estrutural e organizacional da equipe Grená, agravada pelo abandono dos políticos locais.
Ronaldo, que havia sido indicado pelo Prefeito Deiró Marra e inicialmente apoiado por figuras como o ex-secretário Mauro Nogueira, não escondeu sua decepção.
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Em entrevista à Difusora, ele se desculpou com os torcedores, lamentando entregar o time em uma situação muito diferente daquela que viveu nos anos 90.
“Desculpa ao torcedor por entregar o time desta maneira diferente do que eu fiz na década de 90”, declarou Corrêa, evidenciando um sentimento de derrota pessoal e institucional.
A renúncia de Ronaldo Corrêa revela um cenário preocupante.
Ele destacou as dificuldades de gestão em meio a um contexto de custos elevados e baixa arrecadação, agravados pela falta de apoio e envolvimento do público.
“A cidade não comporta mais um time na situação que nós estamos. Custo alto, arrecadação baixa, torcida tem outras opções de assistir”, desabafou o ex-presidente, apontando para um dilema que vai além das quatro linhas: a viabilidade do futebol profissional em Patrocínio.
No entanto, a crise do CAP não se resume apenas às questões financeiras e de gestão.
A falta de comprometimento e abandono por parte dos políticos locais é um fator determinante para a atual situação do clube.
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Apesar do apoio inicial, figuras políticas como o Prefeito Deiró Marra e outros aliados rapidamente se afastaram, deixando o clube à própria sorte.
A ausência de um suporte consistente e estratégico por parte das autoridades municipais evidencia um desinteresse pelo desenvolvimento do esporte profissional na cidade.
A comparação feita por Ronaldo entre o futebol amador (que também acabou por conta desses políticos), que chamou de “menina dos olhos” dos patrocinenses, e o profissional, evidencia um distanciamento crescente entre o clube e a comunidade.
Enquanto o verdadeiro tradicional futebol amador foi jogado no lixo, o CAP parece se afundar em uma crise de identidade e sustentabilidade, abandonado pelos mesmos políticos que inicialmente prometeram apoio.
Com a renúncia, o vice-presidente Tatá, que já esteve à frente do clube anteriormente, assumirá a presidência.
Roberto Avatar também foi mencionado como um dos nomes cogitados pela administração atual.
A transição, no entanto, traz mais incertezas do que soluções.
O CAP, que já enfrenta desafios financeiros e operacionais significativos, agora precisa lidar com a instabilidade administrativa e a ausência de um suporte político real.
O episódio expõe a necessidade urgente de uma reformulação profunda no Clube Atlético Patrocinense e de uma reavaliação do papel dos políticos locais no apoio ao esporte.
Sem um plano estratégico sólido, engajamento efetivo da comunidade e comprometimento verdadeiro dos gestores públicos, o futuro do time Grená permanece nebuloso.
A renúncia de Ronaldo Corrêa é um alerta de que, sem mudanças substanciais e um apoio político concreto, o CAP corre o risco de continuar sendo apenas uma sombra do que já foi um dia no cenário esportivo mineiro.