quinta-feira, 24 outubro
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Apelo: Profissionais do sexo mineiras param atividades e pedem prioridade na vacinação

Agravamento da pandemia no mês de março levou as trabalhadoras a fazerem um apelo às autoridades para que sejam incluídas nos grupos prioritários

As atividades das trabalhadoras do sexo, que já haviam sido reduzidas por conta da pandemia, foram suspensas em decorrência do agravamento da situação
Foto: João Godinho/O Tempo – 20.2.2020

 

Com o agravamento da pandemia, que registrou seu pior mês em março, as profissionais do sexo de Minas Gerais optaram por suspender o atendimento por tempo indeterminado. Além disso, demandam que sejam incluídas nos grupos prioritários da vacinação.

À reportagem, a presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), Cida Vieira, confirmou a interrupção das atividades. “É uma questão de proteção mesmo, até que sejamos incluídas como grupo prioritário nos planos de vacinação a nível municipal, estadual e federal. Não estarmos nessa listagem é uma violência, já que trabalhamos com contato e levamos o sustento de muitas famílias”, disse. A associação tem 3.500 profissionais cadastradas em Belo Horizonte e 80 mil em todo Estado.

Desde o início da pandemia, já havia a recomendação para que as atividades fossem diminuídas e, em caso de atendimento, as mulheres, tanto cis quanto trans, usassem máscara e fizessem higienizações constantes. “Nós distribuímos álcool em gel, falamos para usar máscara, mas tem cliente que não entende, muitos deles negam a pandemia, por mais que haja muitas mortes, que a imprensa mostre. Não entra na cabeça dos machistas”, explicou Cida.

Ao longo dos últimos meses, as trabalhadoras contaram com a distribuição de cestas básicas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e com campanhas de doação e vaquinhas para manter o sustento, diante da atividade reduzida. Cida conta que, no entanto, muitas delas se arriscaram e acabaram contraindo Covid-19.

“As cestas não são suficientes, tem as contas, o aluguel, as misturas: leite, verduras, legumes. Nós estamos sofrendo muito. Muita gente acabou tendo que ir pra rua por não ter dinheiro para o aluguel. Somos uma profissão regulamentada, pagamos impostos e estamos vulneráveis, queremos que o Ministério da Saúde nos inclua nos grupos prioritários, assim como Estados e municípios”, disse.

De acordo com a presidente da Aprosmig, a Rede Brasileira de Prostitutas (RBP) e associações de outros Estados endossam o movimento. Ela diz ter feito a demanda pela prioridade na vacinação ao governo de Minas e à PBH, e ambos teriam respondido que estão subordinados à determinação do Ministério da Saúde.

A reportagem fez contato com a Secretaria de Estado de Saúde e o Ministério da Saúde a respeito da possibilidade. Por meio de nota, o órgão federal informou que seleção dos grupos prioritários para a imunização contra a Covid-19 foi baseada em princípios da Organização Mundial da Saúde (OMS), discussões com especialistas no âmbito da Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis e feita em acordo com entidades como o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

“Com o avanço da vacinação, outros grupos prioritários serão contemplados”, prossegue o texto. “Ressaltamos que o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 está sujeito a alterações e que a orientação aos Estados, municípios e Distrito Federal é para que gestores de saúde locais sigam a ordem de prioridades estabelecida no Plano”. Ainda não houve retorno do Estado.

Cida Vieira frisa a importância das doações nesse momento e reforça a necessidade de vacinação. “Nossa prioridade agora é a luta pela vacina, pra  que sejamos incluídas nos planos dos municípios, Estados e governo federal”, conclui.

Para doar
O recebimento de doações (alimentos, vegetais e verduras frescas, produtos de limpeza e de higiene pessoal, fraldas, máscaras, cestas básicas, álcool em gel 70%) está sendo feito na sede da Aprosmig (rua dos Guaicurus, 648 – fundos). Telefone (31) 3201-1799.

Para doações em dinheiro:
Conta Aprosmig
Caixa Econômica Federal
Agência – 0084
Conta 53456-0
Operação – 013
CNPJ 182520970001/95


Por JESSICA ALMEIDA – O Tempo

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