domingo, 24 novembro
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Aumento na mancha de inundação em São Sebastião das Águas Claras (Macacos) causa preocupação do Ministério Público que faz acordo com a Vale

Aumento de mancha de inundação em caso de rompimento de barragem levou o Ministério Público a acordar com a Vale a implementação de mais medidas de segurança.

O pânico encarado há mais de um ano e seis meses pelos moradores de São Sebastião das Águas Claras, distrito de Nova Lima na região metropolitana de Belo Horizonte mais conhecido como “Macacos”, parece não ter fim.

A mineradora Vale que é responsável por um grande complexo de barragens na região comunicou recentemente um aumento na mancha de inundação caso haja rompimento de alguma das seis barragens que cercam o entorno do distrito.

Ainda nessa quinta-feira (30), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) comunicou ter traçado um novo acordo com a mineradora para que sejam implementadas outras medidas de segurança em Macacos em função da expansão da mancha.

Em decorrência do aumento da mancha após estudos feitos pela própria Vale, três famílias precisaram ser retiradas às pressas de suas casas no sábado passado (25). De acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais, essas famílias seriam imediatamente afetadas se alguma das barragens se rompesse como aconteceu em Brumadinho, tragédia responsável pela morte de 300 pessoas em 25 de janeiro de 2019. Ainda segundo o órgão estadual, não há até o momento expectativa de que mais pessoas tenham que sair de suas residências em função da mudança na mancha.

O Termo de Compromisso firmado entre Vale e MPMG determina medidas específicas para garantir a segurança da população e de turistas que frequentam o distrito em relação às barragens B5, Taquaras, B3/B4, B6, B7 e Capão da Serra – que engloba as minas Mar Azul, Mutuca e Tamanduá. Com o acordo a Vale comprometeu-se a instalar informativos a respeito sobre rotas de fuga e pontos de encontro em todo o distrito. A sinalização deverá ser feita em português, inglês e espanhol.

A mineradora também deverá criar cartilhas para estabelecimentos comerciais e turísticos explicando com detalhes a localização de todas as manchas de inundação, rotas de guga e também os pontos de encontro. Segundo o documento, a empresa terá um prazo máximo de 120 dias para se adequar às normas. Além disso, sempre que houver qualquer mudança na mancha, a população deverá ser informada.

Um ano e meio de angústia

Quatro famílias moradoras de Macacos saíram de suas casas ainda no mês de janeiro deste ano em função do estado de alerta que encontra-se a barragem BR3/B4 da mina Mar Azul da Vale. A estrutura está classificada em nível 3 que representa quando o rompimento está acontecendo ou quando há risco iminente de que ele aconteça. À época, a Vale declarou que a realocação das famílias era apenas uma medida de prevenção.

Sirenes soaram no distrito pela primeira vez na noite de 16 de fevereiro, apenas três semanas depois do trágico rompimento da barragem no Córrego do Feijão em Brumadinho, também na região metropolitana de Belo Horizonte. Àquela noite, cerca de 200 moradores precisaram sair às pressas de suas casas dada a chance de colapso de uma das maiores barragens da região, a B3/B4 que comporta cerca de três milhões de metros cúbicos. Nove dias depois, as sirenes novamente soaram no distrito e a estrutura que ainda estava em nível 2 de alerta foi elevada para 3.

Por: Lara Alves – O Tempo.

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