Um vídeo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro chama o deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL-MG) de “senador” agitou os bastidores do Partido Liberal em Minas Gerais e reacendeu a disputa interna pela vaga ao Senado nas eleições de 2026. A gravação circula entre aliados da base bolsonarista e tem sido interpretada como um sinal de preferência de Bolsonaro pelo nome de Caporezzo.
Na gravação, feita durante um encontro com apoiadores, Bolsonaro se dirige ao parlamentar mineiro apontando para ele: “Um senador para a foto aqui! É senador Caporezzo!” Em seguida, uma apoiadora ao lado responde: “Eu vou em quem o senhor mandar.” A cena repercutiu rapidamente em grupos políticos e aprofundou o clima de disputa interna na legenda.
Embora duas cadeiras por Minas estejam em jogo na próxima eleição para o Senado, o PL deve lançar apenas um nome, conforme articulações em andamento. A declaração do ex-presidente, mesmo informal, elevou as expectativas em torno de Caporezzo, que mantém forte alinhamento com pautas conservadoras e tem ligação direta com Bolsonaro.
Além dele, outros três nomes disputam espaço dentro da legenda: os deputados federais Domingos Sávio e Eros Biondini, além do vereador de Belo Horizonte Vile Santos. Entre aliados, Sávio é apontado como favorito por seu trânsito junto a prefeitos, empresários e lideranças partidárias no Estado. Biondini, por sua vez, já manifestou publicamente o desejo de concorrer e, segundo interlocutores, avalia sair do PL caso não seja o escolhido.
Caporezzo, oficialmente pré-candidato à Câmara dos Deputados em 2026, ainda não descartou a possibilidade de disputar o Senado. Em entrevista recente, afirmou que está “à disposição” da legenda para outros projetos, caso seja convocado.
A decisão final caberá à direção nacional do PL, comandada por Valdemar Costa Neto. O processo de escolha deve considerar, além do peso político de cada pré-candidato no Estado, o posicionamento estratégico do partido em alianças futuras e o papel que Bolsonaro continuará exercendo na definição dos rumos eleitorais, mesmo fora da disputa direta.
Nota do deputado
Questionado, o deputado estadual Caporezzo encaminhou uma nota à imprensa em relação ao vazamento da informação.
“Esse é o trecho de uma conversa em uma ambiente restrito. O meu nome é um dos que ele considera, por isso me chamou assim. Claro, me sinto extremamente honrado com esse prestígio junto ao presidente. É fruto da minha trajetória de coerência e também lealdade a ele e a família Bolsonaro.
O próprio Bolsonaro vai anunciar, no momento certo, sobre a sua definição, e da minha parte não haverá precipitação, apenas seguirei seu comando, ciente da vocação que Deus me conferiu. Sei que ele também está considerando o Domingos Sávio e Eros Biondini e, quaisquer vaidades à parte, a escolha dele será também a minha.
Penso que o Senado requer, hoje, alguém com coração e, no melhor dos sentidos, “sangue no olho”. E esta não é uma metáfora agressiva, pois pior do que isto, é uma hemorragia institucional na República além do derramamento de sangue que hoje toma os lares de diferentes formas.
O Brasil enfrenta problemas gigantescos, que vão desde o maior escândalo de corrupção da história do INSS até os gravíssimos abusos do judiciário, que age em total desequilíbrio entre os poderes republicanos.
O escolhido para o cargo de senado deve agir com responsabilidade, senso do dever e com grande abnegação: não será uma missão fácil, mas eu creio que Deus capacita os escolhidos“.
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Junto ao presidente?