Três pessoas morreram ao se submeterem ao um experimento de inalação de hidroxicloroquina no Rio Grande do Sul. Com esse fato, um alerta está surgindo sobre a administração errônea deste e outros medicamentos.
Médicos relataram que nos últimos dias, chegaram aos seus conhecimentos, casos de pacientes que precisaram de atendimento médico após fazerem nebulização com hidroxicloroquina em casa.
Os pacientes foram medicados com uma solução da cloroquina diluída em soro fisiológico e administrado pela via de inalação.
Segundo nota do Hospital Nossa Senhora Aparecida: “Todos eles têm documentado em prontuário taquicardia, ou arritmias, algumas horas após receberem a nebulização. Dois deles já estavam em grave estado geral, com insuficiência respiratória em ventilação mecânica e um deles estava estável, recebendo oxigênio por máscara com boa evolução”.
Irma de Godoy, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, esclarece quais são os agravantes de seu inalar o comprimido: O pulmão pode ser gravemente lesionado e por ser um órgão demasiadamente vascularizado, a absorção pode ser aumentada.
“Remédios para inalação são próprios para isso, com o mínimo de substância associada. O comprimido, além de ter os componentes do medicamento, ainda tem silicato e uma série de substâncias que vão irritar o pulmão, causar inflamação maior ainda que ela já tem.”
Esse tipo de experimento não tem suporte científico e foi feito de maneira experimental, sem autorização e orientação do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa, segundo Irma de Godoy.
“Toda pesquisa tem que passar pelo processo de regulação. Isso aí eu acho que é uma questão de charlatanismo, antiética e que pode até ter um lado criminal, porque você está fazendo experimentos com seres humanos sem ter passado por nenhum órgão responsável.”
“As pessoas que fizeram morreram disso, há riscos grandes envolvidos nisso. Se algum médico propor isso, você tem que, no mínimo, procurar uma segunda opinião.”