Poucos médicos marcaram tanto a história da região como o Dr. José Figueiredo. Além de sua competência profissional, ele se destacou pelo compromisso com a população, principalmente no combate ao Mal de Chagas. Em um tempo de poucos recursos e quase nenhuma informação sobre a doença, ele ia pessoalmente de casa em casa, levando conhecimento, tratamento e, acima de tudo, esperança.
Naquele tempo, muitas famílias viviam em casas simples de pau a pique, cheias de frestas por onde passavam insetos, incluindo o barbeiro, transmissor do Mal de Chagas. As plantações de cana de açúcar próximas às residências também contribuíam para a proliferação do inseto. A maioria das pessoas desconhecia os riscos. Quando encontravam o barbeiro, apenas o queimavam, sem saber que a transmissão da doença acontecia de outra forma. A falta de saneamento básico tornava a situação ainda mais grave.
Dr. Figueiredo entendia que seu papel como médico ia além do diagnóstico. Ele sabia que, para combater a doença, era preciso ensinar. Ao visitar as famílias, explicava como o Mal de Chagas era transmitido e alertava sobre os cuidados necessários. Sua presença não era apenas a de um médico, mas a de um amigo que se preocupava de verdade com cada pessoa.
Com elegância no vestir, no falar e no tratar os pacientes, Dr. Figueiredo conquistava a confiança de todos. Seu jeito calmo e atencioso fazia qualquer pessoa se sentir segura. Ele não fazia distinção entre ricos e pobres, crianças ou idosos. Quem precisava de atendimento, ele atendia. E não havia hora para isso. De madrugada, em dias de chuva ou de sol forte, bastava chamá-lo que ele ia.
Com sua inseparável maleta na mão, ele chegava às casas, sentava-se ao lado do doente e começava a consulta. Media a pressão, ouvia atentamente os sintomas, apalpava com cuidado e analisava cada detalhe. Naquela época, sem exames sofisticados, o diagnóstico dependia do olhar clínico e da experiência. E Dr. Figueiredo era mestre nisso. Sua prática e dedicação permitiam que ele acompanhasse o paciente do nascimento até a velhice, cuidando da saúde de gerações inteiras.
Mas ele não tratava apenas com remédios. Suas palavras tinham um poder especial. Muitas vezes, um conselho, um sorriso ou um simples gesto de atenção já faziam a diferença. Os pacientes sentiam-se acolhidos, confiantes de que estavam em boas mãos. Sua ética era inquestionável. O que ele ouvia em uma consulta nunca era comentado com terceiros. A confiança que inspirava fazia dele não apenas um médico, mas um confidente.
O tempo passou, os avanços na medicina trouxeram novas tecnologias e exames, mas o legado de Dr. José Figueiredo continua vivo na memória de quem teve o privilégio de ser atendido por ele. Seu compromisso com a profissão e com as pessoas fez dele um exemplo a ser seguido.
Hoje, sua história é lembrada com carinho e gratidão. Ele não foi apenas um médico, foi um símbolo de cuidado e dedicação. Em um tempo em que os recursos eram escassos, sua presença fazia toda a diferença. E, mais do que tratar doenças, ele levava conforto e esperança para aqueles que mais precisavam.
Fritz Paes
Será sempre um ícone do sacerdócio da Medicina! Exemplo a ser seguido, alma a ser venerada e merecedor de toda nossa admiração. A Luz está com ele!