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Governadores que miram o Planalto e vaias a Lula marcam abertura da Marcha dos Prefeitos em Brasília

Brasília sediou, nesta terça-feira (20), a abertura da Marcha dos Prefeitos, organizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Com a presença de mais de 14 mil políticos municipais, entre prefeitos, vereadores e secretários, o evento foi palco de discursos com forte tom político e sinalizações para as eleições de 2026.

Quatro governadores subiram ao palco: Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul; e Raquel Lyra (PSD), de Pernambuco. Três deles — Caiado, Zema e Leite — já são apontados como possíveis nomes na corrida presidencial.

Caiado, que oficializou sua pré-candidatura em abril, aproveitou o espaço para criticar a reforma tributária e a PEC da segurança, ambas propostas do governo federal. “Não se governa um país apenas chegando à Presidência. É preciso autoridade moral e independência intelectual para fazer as reformas necessárias”, declarou.

Romeu Zema, embora tenha evitado falas diretas sobre candidatura, defendeu os resultados de sua gestão em Minas e disse que “a esquerda deu errado no mundo todo”. Em entrevista à imprensa, sinalizou que fará parte de um movimento de direita nacional.

Eduardo Leite, recém-filiado ao PSD, falou sobre sua postura como governador e rebateu críticas vindas de Brasília. “É estranho ser criticado por demandar. Não reclamo de prefeitos que pedem. Faço o mesmo pelo meu estado”, disse.

As manifestações políticas atingiram também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alvo de vaias em ao menos três momentos de sua fala. Uma delas ocorreu ao final de seu discurso, quando afirmou que seguirá entregando moradias pelo programa Minha Casa, Minha Vida, “independente do partido” dos beneficiários. “Isso não está em jogo”, afirmou.

O ambiente, marcado por divisões ideológicas e acenos eleitorais, antecipa o clima que deve dominar o debate político nos próximos meses. A Marcha dos Prefeitos segue até sexta-feira (24), com pautas sobre financiamento público, autonomia municipal e demandas regionais.