Diante da câmera, com a voz embargada e os olhos marejados, Helen Soares escolheu o local onde cresceu para gravar seu depoimento: a esquina de sua casa, no bairro Catiguá, em Patrocínio (MG). O lugar tem um simbolismo profundo — ali, segundo ela, estão suas raízes, suas lembranças e os valores que carrega há 50 anos.
Helen comentou sobre a emoção de ver reconhecida, na Justiça, a vitória nas urnas que lhe foi negada por três votos. “Disseram que eu perdi, mas só fiz um mês de campanha. Nunca tinha cogitado ser candidata, mas me lancei com verdade, sem comprar um voto. Porque todo mundo conhece a minha história.”
O sentimento de indignação virou ação após suspeitas de fraude eleitoral virem à tona. Amparada na súmula 73 e com provas em mãos, Helen decidiu lutar. “Eu estudei o caso a fundo antes de entrar com o processo. E mesmo com tudo claro, esperei dez dias. Mas entrei convicta de que venceria.”
A decisão judicial, que deu ganho de causa a ela contra o Partido Progressistas (PP) e Túlio do Salitre, foi recebida com emoção. “A justiça foi feita. A lei é clara e a verdade prevaleceu. Deus me disse que não tinha acabado, e não acabou mesmo”, afirmou.
Helen também destacou o papel fundamental do advogado Gabriel Férias e da equipe de juristas que a inspiraram a seguir no Direito. “Hoje estou inscrita na OAB e começando uma pós em Direito Constitucional. Isso me transformou.”
A vitória judicial foi, para ela, a prova de que é possível fazer política com honestidade, sem troca de favores ou compra de votos. “Não existe lado A ou lado B. Existe verdade. E quem caminha com honestidade, chega lá. Porque a verdade não tem preço.”
Ao encerrar o vídeo, Helen fez questão de agradecer aos apoiadores da campanha, feita com recursos limitados e base popular. “Essa conquista é nossa. É da verdade. E ninguém tira isso da gente.”