Operação Drogo prende 23 suspeitos por desvio de café em Patrocínio e região; ex-rainha do Café está entre os investigados
A manhã desta terça-feira (24) foi marcada por uma ampla operação policial que resultou na prisão de 23 pessoas, entre elas figuras conhecidas em Patrocínio, como uma ex-rainha do Café e seu esposo, suspeitos de integrar um esquema de desvio de cargas milionárias de café.
Batizada de Operação Drogo, em referência ao padroeiro dos cafeicultores, a ação foi coordenada pela Polícia Civil de Minas Gerais, em parceria com o Ministério Público e a Polícia Militar, com apoio do Gaeco. Os mandados foram cumpridos simultaneamente em Patrocínio, Ibiá, Campos Altos e Uberaba, no Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro.
Durante o cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão, os agentes apreenderam quatro armas de fogo, 378 munições, 22 veículos, 34 celulares, um computador, joias, R$ 36 mil em dinheiro e R$ 51,9 mil em pesos argentinos.
As investigações começaram após a denúncia de um falso roubo, supostamente ocorrido em São Paulo, envolvendo o transporte de 692 sacas de café. O motorista, que alegou ter sido rendido, acabou identificado como um dos articuladores do desvio. A carga foi rastreada até Patrocínio, onde parte dela teria sido misturada a outros lotes com o objetivo de ocultar a origem ilegal do produto.
Durante a apuração, os investigadores encontraram outra carga suspeita, com 950 sacas de café avaliadas em mais de R$ 2 milhões, escondida em meio a produtos regulares. O café seria proveniente de um golpe anterior, que teve como vítima um empresário do setor.
A operação é um desdobramento da Carga Pesada, realizada anteriormente pelo Ministério Público, e aponta para uma rede criminosa com ramificações em Minas Gerais e São Paulo, especializada em fraudes logísticas e lavagem de capital.
Ao todo, participaram da operação 119 policiais militares, 19 civis, 12 agentes do Gaeco, 46 viaturas e dois helicópteros. As investigações continuam, e novas prisões não estão descartadas. A expectativa é que o grupo tenha movimentado valores milionários com o comércio ilegal de café, um dos principais produtos da economia regional.
