A recente pesquisa conduzida pelo Instituto Paraná Pesquisas sobre a liberdade de expressão no Brasil trouxe à tona uma realidade preocupante: mais de 60% da população teme represálias por expressar suas opiniões e foi pauta na revista Oeste.
No município de Patrocínio, esse cenário pode ser ainda mais acentuado, onde a simples expressão de pensamentos é vista como um ato revolucionário.
O levantamento a nível nacional revelou que 61% dos entrevistados temem ser punidos por expressarem suas ideias, enquanto apenas 32,4% acreditam na possibilidade de fazê-lo sem consequências. Uma parcela significativa, 6,6%, não soube ou optou por não opinar, talvez por medo.
A atmosfera de medo e repressão em Patrocínio vai além da simples expressão de pensamentos. Falar a verdade é quase considerado um crime, gerando dúvidas sobre os limites da liberdade de expressão na cidade.
Este contexto coloca em cheque os pilares da democracia, onde o medo e a democracia parecem ser antagônicos.
No Brasil contemporâneo, a definição do que é verdade ou mentira muitas vezes é determinada pelos políticos, e a liberdade de expressão se torna uma questão relativa, dependente de quem a expressa.
Além disso, a aprovação da Lei de Abuso de Autoridade “limita” o poder do judiciário, tornando ainda mais desafiador o enfrentamento à corrupção e aos abusos de poder.
Os dados revelados pela pesquisa também sugerem que uma parte significativa da população, 39%, talvez por medo, prefira mentir ou se calar, alimentando assim o ciclo de impunidade e perpetuando o domínio dos políticos sobre a sociedade.
O silêncio covarde e os conchavos políticos parecem oferecer um conforto ilusório em meio ao caos.
No entanto, é preciso reconhecer que a verdadeira responsabilidade recai sobre o povo, que muitas vezes se omite, se submete e aceita migalhas em troca da ilusão de segurança.
Em tempos onde a esperança é escassa e a desilusão é predominante, urge a necessidade de uma reflexão profunda sobre o papel de cada cidadão na construção de uma sociedade mais justa e democrática.
O silêncio não pode mais ser uma opção.
Quando a imprensa não se vende, ela passa a ser perseguida.