O preço do café moído em Minas Gerais registrou aumento expressivo de 95,88% nos últimos 12 meses, conforme levantamento da cesta básica do Ipead. Em abril, o valor médio de uma embalagem de 600 gramas chegou a R$ 38,04, quase o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior. Nos primeiros quatro meses de 2025, o café acumulou alta de quase 40%, refletindo diretamente no orçamento dos consumidores mineiros.
A queda de 7,1% na safra estadual, estimada em 26,1 milhões de sacas pela Conab, está atrelada ao ciclo bienal negativo e a um prolongado período de seca entre abril e setembro de 2024. A retomada das chuvas em setembro, seguida por uma onda de calor, limitou a recuperação das plantações. Além disso, a irregularidade das precipitações no início de 2025 prejudicou o desenvolvimento das lavouras e favoreceu a proliferação de pragas como ácaros e fungos.
No cenário internacional, a seca atingiu a produção de café no Vietnã, segundo exportadores locais, enquanto a indefinição sobre tarifas impostas pelos Estados Unidos mantém o mercado global instável. Estoques reduzidos e demanda constante intensificam a volatilidade dos preços, que não indicam tendência clara de alta ou baixa para os próximos meses.
No âmbito nacional, a Conab revisou para cima a projeção da colheita brasileira, estimando 55,67 milhões de sacas — um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior — o que pode contribuir para uma eventual estabilização dos preços em médio prazo.
Para apoiar os produtores, o Ministério da Agricultura solicitou ao Ministério da Fazenda a revisão das regras de acesso ao Pronamp e ao Funcafé, visando permitir que os agricultores utilizem ambos os programas simultaneamente. A medida pretende reduzir os custos de produção sem aumentar os subsídios, fortalecendo a cadeia produtiva do café no estado.