No centro de Patrocínio, um prédio centenário carrega as marcas do tempo e as lembranças de uma cidade em transformação.
Construído por volta de 1927 por um arquiteto italiano, ele nasceu para ser imponente.
Suas paredes abrigaram a primeira sede do Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais, depois Banco de Minas Gerais. No andar de cima, moravam os gerentes, como o Sr. Aquino e, mais tarde, o Sr. Joaquim Brandão.
O prédio pulsava com a rotina bancária, testemunhando dias agitados e grandes negociações.
Com o passar dos anos, a movimentação financeira deu lugar a novas funções. Primeiro, sediou a coletoria estadual.
Depois, foi alugado para uma distribuidora de bebidas Skol. Foi nessa fase que sua história tomou um rumo melancólico.
As janelas se partiram, o forro de madeira apodreceu, e a fachada perdeu sua elegância ao receber uma pintura comercial: o amarelo e azul claro da empresa.
O que antes simbolizava progresso começou a se desfazer diante do olhar indiferente da cidade.
Mas algumas histórias se recusam a terminar assim. Quando José Emiliano, sogro de Fábio Brandão, adquiriu o imóvel, ele já estava em ruínas. Ainda assim, a família enxergou além das rachaduras e do abandono.
Com dedicação e recursos próprios, iniciou-se a restauração. Primeiro, veio a recuperação da fachada, depois a substituição do forro por lajes e a troca dos pisos desgastados.
Era o começo de uma longa jornada para devolver dignidade ao prédio que já fora um símbolo de Patrocínio.
O tempo passou, e as reformas continuaram. Novos pisos de porcelanato substituíram os antigos tacos danificados, armários embutidos foram instalados, algumas paredes foram realocadas para otimizar os espaços.
A transformação mais marcante veio nos últimos anos, com a instalação de um elevador panorâmico nos fundos, garantindo acessibilidade e conforto para que os moradores pudessem permanecer ali por muito mais tempo.
Esse prédio, que já viveu dias de glória e de descaso, hoje é um testemunho vivo da resiliência.
Seu passado não foi apagado, mas restaurado com respeito e carinho.
Em meio às mudanças da cidade, ele segue firme, como um guardião silencioso das histórias que moldaram Patrocínio.
Patrocínio esquecida pelo tempo
Patrocínio é uma cidade tão atrasada que até jornalista tem que escrever sobre o passado, porque aqui não acontece nada, é como o Brasil colonial, esses dias eu ouvi do presidente da camara de vereadores que a prefeitura é pobre, fiquei me perguntando o café está em alta, como arrecadação caiu? Então pensei comigo vamos dar um tempo ao novo prefeito para vê se ele tentará através de políticas incentivar a diversificação das atividades econômicas para gerar outros tipos de trabalho e quem sabe livrar a cidade dos coronéis. O comércio local está mendigando, setor de serviços nem se fala e indústria nem tem. A comparação com o Brasil colonial não é descabida, tendo em vista que a riqueza se concentra nas mãos de poucos e estes não procuram desenvolver a cidade. O agro é importante, mas cidade terá só essa atividade para sempre?