Em meio à agitação eleitoral, uma proposta legislativa surge como um raio de esperança para os pacientes do pronto socorro municipal de Patrocínio.
No entanto, a ilusão se desfaz ao analisar a viabilidade e o contexto em que a iniciativa foi apresentada.
O Processo de Lei nº 802/2024, de autoria do vereador Ricardo Balila, busca impor um limite de tempo de espera de 20 minutos para o atendimento dos pacientes na unidade de emergência.
Uma medida que, à primeira vista, parece nobre e necessária, porém, ao escavar um pouco mais fundo, revela-se um delírio eleitoral.
A realidade nas entranhas do pronto socorro municipal é desoladora.
Com a falta de especialistas, como pediatras de plantão, e a escassez de equipamentos básicos, o atendimento de qualidade é uma miragem distante para muitos pacientes.
Apenas um clínico geral para atender às demandas de uma população necessitada é uma realidade alarmante.
Quando a situação exige cuidados além da capacidade do pronto socorro, os pacientes são encaminhados para a Santa Casa, sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde.
Em vez de investir esforços em soluções concretas para os problemas de saúde pública que assolam a cidade, o vereador opta por uma abordagem populista, priorizando o espetáculo político em detrimento do bem-estar da população.
Em um cenário onde recursos e tempo são preciosos, desperdiçá-los com propostas irrealistas é um desserviço à comunidade.
Portanto, é imperativo que a gestão pública e os representantes eleitos direcionem seus esforços para ações pragmáticas e eficazes, que realmente atendam às necessidades reais da população.
Enquanto isso, propostas como a do vereador Ricardo Balila só servem para desviar a atenção dos verdadeiros problemas e perpetuar a negligência que assola o sistema de saúde municipal de Patrocínio.