A situação financeira do Cruzeiro tem servido de exemplo para diversas situações cotidianas, inclusive na política. Nesta quinta-feira, o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Otto Levy, comparou os problemas econômicos de Minas Gerais aos do clube celeste.
Após receber um documento com reivindicações de sindicatos sobre a reforma da Previdência estadual, Levy afirmou que os cofres públicos vivem situação “dramática” e que tanto Minas quanto a Raposa estão ‘quebrados’.
“Comparo a situação financeira do estado à situação financeira do Cruzeiro, que é algo que as pessoas conseguem entender facilmente. O estado quebrou. Temos que encarar agora esse problema. Infelizmente, o tempo acabou”, disse, ao defender as alterações previdenciárias na sede da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Segundo ele, a pandemia de COVID-19 fez com que o déficit previsto para este ano saltasse de R$ 13 bilhões para R$ 20 bilhões. Entre 2013 e 2019, o rombo na previdência ultrapassa R$ 130 bilhões.
O montante, de acordo com o secretário, é duas vezes o valor da receita corrente líquida. Receita corrente líquida é o somatório das receitas tributárias de um governo, referentes a contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias e de serviços, deduzidos os valores das transferências constitucionais.
A reforma da previdência estadual
O projeto de lei para reforma da previdência foi apresentado pelo governador Romeu Zema (Novo) à ALMG em 19 de junho. A pretensão foi dividida em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um Projeto de Lei Complementar (PLC).
O Executivo estadual propõe um sistema de contribuição efetiva que varia entre 13% e 18,38%, mexe na idade mínima para aposentadoria e muda o tempo de contribuição. Homens precisarão trabalhar por mais cinco anos. Mulheres, por mais sete.
Crise no Cruzeiro
O Cruzeiro vive a pior crise de seus 99 anos de história. Rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, o clube celeste vai começar o campeonato com saldo negativo de seis pontos, punido pela Fifa por causa de uma dívida não paga.
O último balanço financeiro do clube apontou um déficit de R$ 394 milhões em 2019. Ou seja, um prejuízo de mais de R$ 1 milhão por dia no período. A dívida total do clube supera os R$ 803 milhões.