quinta-feira, 21 novembro
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Quem era o Traficante Nem Sem Terra, do PCC executado por homens fardados em Patrocínio, MG?

Assassinos disfarçados de policiais militares matam traficante em Minas Gerais uma semana após liberdade provisória

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No último dia 19 de abril, Carlos Alexandre da Silva Juscelino, conhecido como Nem Sem Terra, um dos principais traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Minas Gerais, foi brutalmente assassinado em sua residência, apenas uma semana após obter liberdade provisória.

Segundo relatos da esposa de Nem Sem Terra à polícia, dois homens, vestindo uniformes similares aos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), bateram no portão da residência do traficante em Patrocínio, no Alto Paranaíba.

Ao abrir o portão, ela se deparou com os dois homens vestindo fardas, um deles segurando um papel e alegando estar ali para verificar o cumprimento das medidas impostas pela Justiça ao seu marido.

No entanto, assim que avistaram Nem, os suspeitos sacaram suas armas e abriram fogo, desferindo vários disparos contra ele, enquanto a mulher gritava por socorro.

A perícia da Polícia Civil constatou que o traficante recebeu seis perfurações no tórax. Foram recolhidos no local quatro projéteis e cinco cápsulas de calibre 9 mm, sugerindo uma ação precisa e calculada.

Nem Sem Terra era conhecido por ser um traficante de alta periculosidade, integrante do PCC e responsável pelo comando do tráfico de drogas no Morro das Pedras, favela localizada na região Oeste de Belo Horizonte.

Quem era Nem Sem Terra

Preso em 2005, Nem Sem Terra era acusado de mais de 20 assassinatos, tortura e tinha pelo menos seis mandados de prisão – quatro por homicídios e dois por tráfico de drogas.

Sua prisão ocorreu quando, baleado no ombro, tentou ser atendido no Hospital Municipal de Betim, na região metropolitana.

Em 2007, foi condenado pela primeira vez a 44 anos e sete meses de reclusão em regime fechado por dois homicídios qualificados, quatro tentativas de homicídio e formação de quadrilha.

Ele foi acusado de ter atirado, em 10 de fevereiro de 2001, em um grupo de pessoas.

Na ocasião, duas pessoas morreram, sendo uma delas uma criança. Outras quatro ficaram feridas.

O fato ocorreu nas esquinas das ruas Alice e Brás, no bairro Santa Rita, na região do Barreiro, e teria sido motivado por uma disputa por ponto de tráfico.

Anos depois, ele recebeu novas condenações que, juntas, somam 72 anos e dois meses de prisão.

Ele foi enquadrado em mais de dez artigos do código penal.

Com um extenso histórico criminal, já havia sido preso anteriormente por tráfico de drogas e homicídio, acumulando uma sentença de mais de 70 anos de prisão.

As câmeras de segurança do entorno da casa da vítima registraram um pouco da dinâmica do crime, mostrando o momento em que um carro não identificado estacionou em uma rua próxima, de onde os dois indivíduos fardados desceram.

A dupla seguiu a pé até a residência por cerca de 100 metros e, após o assassinato, retornaram também a pé.

Além dos dois homens fardados, a PM identificou um terceiro suspeito, que estacionou o carro na avenida onde fica a casa da vítima e, aparentemente, monitorou o cruzamento até que os disparos aconteceram.

Após o crime, ele retornou ao veículo e deixou o local em marcha ré.

A Polícia Civil Minas Gerais (PCMG) está investigando a morte do traficante, buscando esclarecer as circunstâncias, a motivação e a autoria do assassinato.

As autoridades pedem que qualquer informação que possa levar à prisão dos autores do crime seja repassada à PM pelo 190 ou 181, garantindo o anonimato do denunciante.

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