Estar acima do peso pode representar um risco maior do que se imagina para a saúde das articulações. Diversos estudos científicos vêm apontando que o sobrepeso e a obesidade não apenas sobrecarregam o sistema musculoesquelético, como também aceleram processos degenerativos, favorecendo dores crônicas e limitações de movimento.

Segundo pesquisa publicada na revista Osteoarthritis and Cartilage (2013), os joelhos estão entre os primeiros afetados. Isso porque cada quilo a mais no corpo pode gerar até quatro vezes mais pressão sobre essa articulação, provocando desgaste da cartilagem e desencadeando inflamações. O resultado mais comum são dores ao caminhar e dificuldade em atividades simples do dia a dia, como subir escadas.

A coluna vertebral também sofre com o excesso de carga. Conforme artigo do Spine Journal (2015), o peso adicional pressiona os discos intervertebrais, acelerando sua degeneração e aumentando o risco de hérnias, especialmente na região lombar. Muitas vezes, as dores pioram ao longo do dia, tornando-se incapacitantes com o tempo.

Já os tornozelos e quadris enfrentam outro desafio: a mudança no eixo de equilíbrio do corpo. De acordo com o Journal of Biomechanics (2011), o peso extra pode alterar a postura e provocar instabilidade, o que facilita lesões e contribui para o desgaste progressivo dessas articulações.

Além dos impactos mecânicos, o tecido adiposo em excesso também influencia diretamente no processo inflamatório. Um artigo da Nature Reviews Rheumatology (2014) revela que a gordura corporal libera substâncias inflamatórias — como as citocinas — que atacam as articulações e agravam condições como artrite e artrose precoce.

Especialistas alertam que manter o peso sob controle é uma medida essencial não apenas para a saúde cardiovascular ou metabólica, mas também para preservar a mobilidade e a qualidade de vida ao longo dos anos.